quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

“Não sei se a vida é pouco ou demais para mim,
não sei se eu sinto demais ou de menos,
seja como for,
a vida é tão interessante
que é a todos os momentos.

A vida chega a doer, a cortar, a rolar, a ranger,
a dar vontade de dar pulos, de ficar no chão...
de sair para fora de todas as lógicas,
de todas as sacadas,
e ir ser selvagem entre árvores e esquecimentos.”

(Fernando Pessoa, in Desassossego)

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

18/11/2004

Ao assistir o filme, lembranças invadiram o ambiente sem pedir licença. Isso não é música para criança ouvir. Isso não se deve fazer. Isso não se deve olhar. Isso não se deve sentir. Isso não se deve pensar. Irromper, essa é a ordem. Incessantemente, com todos os dissabores e sabores que rodeiam. Conseguir falar da sua morte sem sentir a dor de quem não pôde falar por muito tempo. Não é a intenção assustar ou chocar. Mas tornar comum. Coisas não faladas, não sentidas, tomam proporções gigantescas. Acabam por não caber em nós. E o que não se usa, azeda. Vomitar. E gozar da liberdade e alívio do depois.