quinta-feira, 2 de setembro de 2010

UM DIA (PELO OCO DOS ARRECIFES)

Criando intimidade com o lugar. Fazendo com que o medo dê espaço à fascinação. Saio sem destino. Sem saber onde estou. Só fui indo. Procurando qualquer coisa. O medo de me perder derreteu com o calor do asfalto. Lembranças de músicas invadiam minha mente e meus passos. E não tinha ninguém. Literalmente sozinha no meio do mundo todo. E no presídio sampleado, respirar arte e cuspir capitalismo. Bebam sua água com cólera, às margens do Capibaribe. Onde os peixes habitam fora do rio, oferecendo um colorido triste e melancólico, dentro de sacos plásticos, custando dois reais. Lua grande. Redonda. Suspensa. Comprimindo as quatro em uma só. Clareando com sutileza à noite esperada, onde esperanças se esvaíram com a brisa marítima que ladeava o local. Iceberg na barriga. Nenhuma resposta. Só uma resposta. Indiferença que faz diferença. Não gosto que sejam assim comigo. Amanhã eu volto a pensar sobre isso. Amanhã, porque já tem passado. Não posso ser egoísta. E depois eu confirmo meus achismos baratos, imbuídos num título de que nada adianta, quando eu sou o objeto e são os meus sentidos e sentimentos que estão envolvidos. Espera... só um instante... como se fosse possível controlar pensamento. Sejam bem-vindos ao País das Maravilhas, Fantasias e Impossibilidades. Faz fronteira com o País das Desilusões. E ao acordar, o pesadelo de voltar para o cotidiano se inicia e me amedronta. A volta literal.
29/11/2004 00:51

(T.)

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